Dezembro vermelho inicia com diminuição nos casos de HIV pelo quarto ano em São Paulo
Fonte: Ministério da Saúde
O mês de dezembro é marcado pela conscientização e prevenção do HIV, o vírus causador da Aids, doença sexualmente transmissível. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente vivem com o HIV cerca de 920 mil pessoas no país, a maioria entre 25 e 39 anos. Desses, 52,4% são pessoas do sexo masculino e 48,4% do sexo feminino. A campanha dezembro vermelho é um momento importante de ações públicas a fim de estimular a prevenção e informações para conhecimento sobre o assunto.
O Serviço de Atenção Especializada (SAE), de São Mateus, está com uma campanha para o mês inteiro. Fabiana Xavier, gerente do SAE IST/Aids, conta que “no SAE São Mateus e nas demais unidades da rede, nós disponibilizamos desde os testes rápidos para HIV, Sífilis, Hepatite B e C, bem como os tratamento contra as IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), acompanhamento, as consultas e os exames são realizados por uma equipe multidisciplinar capacitada pela coordenadoria de IST/Aids”.
Apesar de não haver ainda vacina ou medicamento para a cura da doença, a ciência tem importantes avanços na área. O tratamento contínuo, além de fortalecer o sistema imunológico, pode resultar em carga viral indetectável no organismo ao longo do tempo. Segundo o Ministério da Saúde, em 2019, mais de 500 mil pessoas contaminadas com o vírus, não transmitiam mais a doença devido ao tratamento.
O Sistema Único de Saúde (SUS), distribui medicamentos para tratar pessoas que vivem com o HIV/Aids. Os antirretrovirais também são entregues nas ações do SAE São Mateus. De acordo com Fabiana, “nós dispomos de duas profilaxias de uso oral que previnem a soroconversão para o HIV que são elas a PEP e a PREP”. Explica ela que “a PEP é a profilaxia pós exposição, usada até 72 horas após a relação de risco, ou seja, por algum motivo houve o rompimento do preservativo durante o ato sexual ou mesmo por algum motivo não foi utilizado esse preservativo, então nós entramos com essa medicação que é utilizada durante 28 dias e realizamos o acompanhamento e o controle sorológico desse paciente”. Já a PREP, é para casos de “pré exposição, destinada a pessoas com maior vulnerabilidade por contágio pelo HIV”, que são aquelas pessoas que não têm o vírus e se relacionam com alguém que tem.
A gerente do SAE conta que há uma procura considerável, “a maioria dessa demanda que procura os serviços, as orientações e os insumos na unidade, em suma, são maioria jovens, porém a gente tem notado uma crescente na população geral também, o que é muito bom”. Ao total, são realizados cerca 300 testes rápidos por mês.
Na última quinta-feira (9), pesquisadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAD) divulgaram resultados da vacina que estão desenvolvendo para combater o vírus HIV. De acordo com a nota, a vacina reduz cerca de 79% o risco de infecção, mas precisa ser melhor desenvolvida para iniciar testagem em humanos.
A Organização Mundial da Saúde acredita que o financiamento em pesquisas e relações internacionais para lidar com a doença são mecanismos fundamentais para diminuir o contágio, as mortes e encontrar a cura para a Aids.
Para Fabiana, há, ainda hoje, falta de acesso a informações. Ela fala que “os maiores desafios para o enfrentamento das IST’s atualmente é justamente essa carência de informação quanto às diversas formas de prevenção que nós contamos atualmente”.
No início da pandemia, as atividades itinerantes tiveram que ser encerradas até maior conhecimento sobre a Covid-19 e fim do isolamento social. As informações, então, passaram a ser via rede social. Agora, com a vacina desenvolvida contra a Covid-19 e os protocolos de segurança, as ações na rua puderam ser retomadas. Mesmo com o intervalo da pandemia, o município de São Paulo registrou quedas nos casos por 4 anos consecutivos.
Para cientistas e profissionais da área da saúde, o diagnóstico precoce permite que a pessoa faça o tratamento desde cedo e, com isso, tenha uma vida saudável e possa evitar o contágio pela falta de conhecimento de que é portadora do HIV.
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Reportagem de Maiara Marinho
Este projeto foi realizado com o apoio da 5a Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.