Sarampo e poliomielite voltam a preocupar especialistas e pressionam saúde
Doenças que já estavam erradicadas passam a preocupar a saúde devido a baixa procura de vacinas, doenças migraram de outros países. Prefeitura intensifica campanha.
A poliomielite volta a ser detectada em 28 países que já tinham erradicado a doença. A baixa vacinação coloca as Américas (Brasil inclusive) na área de risco da doença que ficou conhecida no Brasil como paralisia infantil e caiu no esquecimento porque praticamente deixou de existir. Só que os baixos índices de vacinação estão fazendo a doença voltar.
Existe ainda a possibilidade de um sujeito com poliomielite passar a doença por meio de gotículas de saliva. O espirro, tosse e beijos também aumentam a transmissão do poliovírus, que pode ficar alojado no organismo.
Especialistas orientam manter bons hábitos de higiene para se livrar do vírus, mas a principal prevenção é a imunização, motivo que faz a vacinação ser ainda mais urgente. Há casos raríssimos em que uma pessoa imunizada pode desenvolver poliomielite pelo próprio vírus vacinal, que passa por mutações dentro do organismo.
A usuária do SUS, Vânia, diz que teve sarampo, catapora e caxumba. Ela conta que não tinha informação na época para os seus pais e que quando surgiam as epidemias as crianças iam para o hospital porque não tomavam vacinas para prevenção. “Sim, levava para vacinação mas criança vai para a escola, brinca e sarampo, e catapora tinha surtos na época, hoje em dia eu sei que tem vacina, o pediatra recomenda, a gente aplica, mas na minha época não era tão disseminado”.
A vacina deve ser tomada para a imunização contra a poliomielite nos primeiros meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses. Logo após, vêm os reforços, entre 15 e 18 meses e aos 5 anos.
Os pais que não vacinaram as crianças nessas idades citadas devem procurar o posto de saúde e colocar a imunização em dia. A pólio também afeta adultos, ela só ficou conhecida por paralisia infantil.
Já os casos de sarampo aumentam em 79% no mundo em 2022, diz OMS. Mais de 17 mil casos de sarampo foram relatados em todo o mundo em janeiro e fevereiro de 2022
Além de seu efeito direto no corpo, que pode ser letal, o vírus do sarampo também enfraquece o sistema imunológico e torna a criança mais vulnerável a outras doenças infecciosas como pneumonia e diarreia, inclusive por meses após a própria infecção do sarampo entre aquelas que sobrevivem.
A maioria dos casos ocorre em ambientes que enfrentam dificuldades sociais e econômicas devido à Covid-19, conflitos ou outras crises sanitárias e têm
infraestruturas dos sistemas de saúde reconhecidamente enfraquecidas.
“O sarampo é mais do que uma doença perigosa e potencialmente mortal. É também uma indicação precoce de que existem lacunas em nossa cobertura global de imunização, lacunas que as crianças vulneráveis não podem arcar”, disse Unicef.
Em 2020, 23 milhões de crianças deixaram de receber vacinas infantis básicas por meio de serviços de saúde de rotina, o número mais alto desde 2009 e 3,7 milhões a mais do que em 2019.
A prefeitura de São Paulo informa que intensifica campanhas de vacinação contra Covid-19, gripe, sarampo e poliomielite. As vacinas estão disponíveis nas AMAs/UBSs Integradas da capital.
A capital paulista segue normalmente com as campanhas de vacinação contra Covid-19, gripe, sarampo e poliomielite. Os imunizantes estão disponíveis para aplicação nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Integradas, das 7h às 19h.
Para a vacina contra a Covid-19, estão elegíveis as crianças de 5 a 11 anos, adolescentes e adultos; os postos aplicarão primeiras (D1), segundas (D2) e doses adicionais (DAs). Contra o vírus influenza, causador da gripe, a vacina estará disponível para idosos acima de 60 anos de idade e trabalhadores de saúde.
Ambos os imunizantes podem ser administrados de forma simultânea na população acima de 12 anos de idade, sem necessidade de intervalo entre as doses.
Contra o sarampo, podem tomar a vacina crianças de seis meses e menores de cinco anos, além dos profissionais de saúde e nascidos a partir de 1960.
Para poliomielite, estão aptas as crianças menores de cinco anos, sem histórico vacinal ou com esquema vacinal incompleto. Isso vale para viajantes, imigrantes e refugiados de países endêmicos ou em surto.
Fonte: SECOM (Secretaria da Comunicação da Prefeitura de São Paulo)/ Fotos: SMS (Secretaria Municipal da Saúde
REPORTAGEM POR MÁRCIA BRASIL
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Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
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