Furto de fios de cobre prejudica ainda mais a mobilidade urbana em São Paulo

No primeiro trimestre deste ano, o número de furtos e de vandalismo em equipamentos de trânsito subiu 91%. Foram quase 1,9 mil ocorrências na cidade com a maior quantidade de semáforos do país.

O furto de fios de cobre é um crime que prejudica cidadãos em muitas cidades brasileiras.

Poste sem luz, trens parados, congestionamento por problemas no semáforo. Sintomas visíveis nas grandes cidades com a mesma origem: o furto de fios de cobre.

Os criminosos roubam fios de cobre de locais públicos com objetivo de vendê-los para ferro-velho que procuram essa material para compra. Alguns estabelecimentos os adquirem sem saber qual é a origem, cometendo o crime de receptação.

Só em São Paulo, no primeiro trimestre deste ano, o número de furtos e de vandalismo em equipamentos de trânsito subiu 91%. E semáforo quebrado é risco certo para motoristas e pedestres.

Foram quase 1,9 mil ocorrências numa cidade com a maior quantidade de semáforos do país: são 6.665 cruzamentos e travessias com essa sinalização.

O canteiro central de uma movimentada avenida em São Paulo é um dos alvos de quem furta fios de cobre. O reparo tem que ser rápido, para que o semáforo desligado volte a funcionar. Feito o reparo, uma das saídas foi concretar a caixa por onde passa toda a fiação.

Só este ano, a Companhia de Engenharia de Tráfego reinstalou 126 quilômetros de fiação elétrica, o equivalente à distância entre São Paulo e Americana, no interior paulista.

A engenharia de tráfego chama atenção para o gasto dos recursos públicos com a manutenção.

“É dinheiro jogado no lixo. É um problema que atinge não só São Paulo, atinge outras cidades, e com maior impacto na segurança e na fluidez do tráfego”, afirma.

O professor Rafael Alcadipani, que participa do Fórum Brasileiro de Segurança

Pública, diz que o crescente interesse dos ladrões pelo cobre se deve ao aumento da cotação do metal no mercado internacional, e defende uma ação coordenada para combater o crime.

“As empresas de semáforo, as empresas de luz precisam criar mais dificuldades para que se tenha acesso a esse tipo de material. E é preciso também que se combata o outro lado, que é essa receptação. A gente precisa pegar as duas partes da cadeia do crime para poder resolver essa questão”, diz.

“Isto é de interesse nacional e é preciso algo nesta linha, neste nível de investigação para acabar com essa receptação, com esse banditismo que está prejudicando muito a vida da população”, afirma a engenharia.

 

Fonte: CET/ Enel/ SMT Fotos: CET / SSp

REPORTAGEM POR MARCIA BRASIL

A Central de Notícias da Rádio CAMINHO PARA A VIDA é uma iniciativa do Projeto A MÚSICA BRASILEIRA NOS ANOS 50.

Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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