Morador da zona leste expressa sua arte através da poesia
Wilson já escreveu 2 livros inteiros, além de escrever suas poesias para uma revista virtual.
A cultura em São Paulo é um dos pontos mais plurais da cidade, sendo um município recheado de pluralidade, a capital é lar de muitas culturas distintas, que chegam de todo o Brasil e do mundo, as influências artísticas presentes em São Paulo servem de inspiração para diversos artistas e entusiastas expressarem através da música, poesia, literatura, culinária, e diversas outras manifestações artísticas.
Na zona leste, um amante das artes e da cultura expressa seu potencial artístico como hobbie, por amor a arte, Wilson Lírio, mais conhecido como “Gigio”, de 50 anos de idade, morador do Jardim Imperador, na zona leste de São Paulo, escreve poesias para uma revista virtual de Londrina – PR, chamada “D-Arte”, e já tem dois livros publicados, expressando sua arte principalmente por meio escrita.
Wilson, quando criança, não tinha muitas referências sobre arte, sua família, inclusive, não apoiava manifestações culturais, mas ainda assim, Gigio já se expressava de alguma maneira, fazendo instrumentos com bambu e lata de goiabada, já mostrava a veia artística que percorria em sua essência, mesmo sem condições financeiras. Apesar de sempre apreciar arte, expressá-la como poesia começou num acaso. “ A gente fazia Sarau, né juntava uma galera e “vamos fazer um violão, vamos fazer uma poesia vamos fazer” e eu sempre no evento mas na parte arrumando as coisas tal. Faltou um cara uma vez e o cara falou ”Gigio, você tem umas ideias muito loucas, você vai fazer poesia hoje no lugar dele”, e eu falei “como assim?” Ai eu peguei um papel fiz uma poesia e o pessoal gostou, e desta poesia a gente começou a fazer uma revista chamada Pobre, aqui no bairro né, o nome da revista era Pobre e a gente lançava se eu não me engano era bimestral, e começou assim, eu comecei a escrever e daqui a pouco comecei a ver que era uma forma de eu me identificar, era uma identidade minha […] A arte me deixa pleno, tanto na música, quanto na poesia, quanto onde for, a arte me deixa pleno”.
Trabalhador da área de vendas, Wilson usufrui da arte como bem entende, sem a necessidade de vê-la como um produto de mercado, o que faz de suas poesias, expressões definitivamente autênticas. Ele acredita que a cultura não é sinônimo de intelectualidade, e que hábitos e costumes devem ser apreciados enquanto expressões artísticas, e serem valorizados como cultura. “A cultura é transformadora de mais para você achar que o intelectual é aquele que sabe tudo, eu gosto de poesia, mas eu vou morrer sem saber nada porque a vida é degustar. Quando eu falo que nem música eu consigo curtir o mesmo ritmo de música, hoje com meus 50 anos eu procuro música nova, agora mesmo eu tava escutando música da Islândia. Eu acho que existe tanta música no mundo, tanta música no Brasil, tanta música, tanta poesia, tanta energia que pode passar para você na parte da cultura que eu não me sinto nunca satisfeito com o que eu conheço”.
Os livros de Wilson são vendidos hoje apenas pessoalmente, e mostram que a arte e a cultura não são elementos exclusivos de grandes centros, mas podemos encontrar arte por onde passamos e principalmente onde vivemos.
A Central de Notícias da Rádio CAMINHO PARA A VIDA é uma iniciativa do Projeto “A PRODUÇÃO JORNALÍSTICA DA PERIFERIA”. Este projeto foi realizado com o apoio da 7ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
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