Exemplo de mãe batalhadora na zona leste de São Paulo

História de uma moradora da capital que cuida de um filho com necessidades especiais

O dia a dia do povo brasileiro é recheado de compromissos e responsabilidades. Trabalho, tarefas de casa e às vezes estudos consomem a maior parte do tempo da rotina da população. Quando se tem um filho, é somada a tarefa de cuidar e educar a criança, que apesar de satisfatória, também é muito complexa e muitas vezes pode ser bem exaustiva.

Para as mulheres então, as coisas podem ser ainda mais difíceis, pois muitas delas têm que fazer o papel de mãe sozinha, enquanto trabalham para trazer sustento para dentro de casa.

Este não é o caso de Geralda De Paula, moradora da zona leste da capital, que aos seus 54 anos, pode contar com o apoio do marido, Valter, que trabalha arduamente para manter o sustento da casa e os cuidados com a família, porém, o ponto em questão, é que Geralda não vive a rotina de mãe comum, pois cuida e ama um filho portador de necessidades especiais. Lucas, tem 24 anos de idade, e tem dificuldades de locomoção, problemas auditivos, visuais e desenvolveu dificuldades no esôfago, Geralda, explica melhor a situação.

“O Lucas quando nasceu teve uma anoxia, que não resultou em nada por que o quadro dele era genético mesmo, ele nasceu com algumas deficiências como, perda auditiva, baixa visão e deficiência intelectual, e a vida dele se tornou bem difícil porque são sentidos bem complicados de se perder, e conforme ele foi crescendo ele foi adquirindo uma forma de se comunicar com a gente, mas até hoje, além de ele sentir dores e mal estar no estomago e no esofago, porque ele esta com problema no esofago ele não consegue passar isso pra gente, então é super difícil conseguir sobreviver com tanta carga emocional […] por mais que a gente conviva com ele e conheça bem ele não dá pra adivinhar qual tipo de dor, se ele está tendo queimação, dor no estômago, a gente nunca sabe o que ele tem.”

Geralda convive com a luta de cuidar da própria saúde enquanto toma todos os cuidados para que seu filho viva da melhor maneira possível, ela precisa ajudá-lo a comer, se higienizar e realizar diversas outras tarefas do cotidiano. Este não é o único filho do casal, além de Lucas, também tiveram a Kethylin, que hoje tem 34 anos, que é formada em odontologia, e Felipe, que faleceu em 2014. Felipe também sofria com dificuldades intelectuais e de locomoção, e tinha forte ligação com o irmão.

A situação de Lucas fez com que sua mãe buscasse auxílio a programas públicos e
organizações privadas para ajudar em seu desenvolvimento e fornecimento de recursos.

“Com 8 meses a gente foi para a Apae com ele […] e lá a gente descobriu tudo isso né, o quanto ele tinha de baixa visão, o quanto ele tinha de baixa audição, e a Apae foi indicando lugares pra gente tratar ele, como fisioterapia na Unicid, que foi muito bem atendido, durante 5 anos ele foi na Unicid 3 vezes por semana, na parte da visão ele ia na Santa Casa, que é para ver o quanto ele enxergava, mas nunca chegou a conclusão nenhuma porque é muita gente e pouco tempo, passava uma vez por mês e olhe lá, então até chegar a alguma conclusão, no frigir dos ovos nunca se chegou a conclusão nenhuma de quanto era a perda de visão, para a audição fomos para a Derdic, que nos deu um atendimento legal, com fono, e nos encaminharam para a Fullgraf, que desde os dois aninhos deram aparelhos auditivos e passava na fonoaudióloga, e de 5 em 5 anos ele ganha um aparelho novo.”

Geralda acompanhou Lucas em todos os procedimentos médicos e tratamentos, muitas sozinha, e é um exemplo de mulher guerreira, mãe que batalha todos os dias para cuidar e amar seu filho, mostrando o poder e a força que uma mãe pode ter, e se tornando uma inspiração para as pessoas ao seu redor.

A Central de Notícias da Rádio CAMINHO PARA A VIDA é uma iniciativa do Projeto Meritocracia: um mito social. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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